da Redação

Líder do futuro ou líder do presente?

Já há algum tempo, acompanhamos muitas pessoas falando sobre mudanças e o quão rápidas essas mudanças têm sido. Mudanças em vários aspectos, desde nos tipos de tecnologias até a geração de novas profissões e, claro, o desaparecimento de outras profissões.

Vimos também muitas pessoas falando sobre liderança e sobre gestão. Mas na real, o que esperamos de um líder com esse mundo tão cheio de mudanças? E não podemos nos esquecer que continuamos no mundo que gira em torno dos pilares do VUCA (sigla em inglês, que significa: Volatility/volatilidade, Uncertainty/incerteza, Complexity/complexidade e Ambiguity/ambiguidade, em tradução literal). 

O momento do líder do futuro é o agora, afinal já chegamos no futuro 

Vamos refletir da seguinte forma: se o mundo tem evoluído e mudado em uma velocidade exponencial, ou seja, o futuro acontece de um dia para o outro, porque a liderança e os líderes deveriam evoluir e mudar em uma velocidade diferente ou, em um português mais claro, em uma velocidade mais lenta?

A reflexão que proponho é justamente sobre o que esperamos de um líder hoje, no presente, e não no futuro, porque o futuro está muito mais perto do que imaginamos. O tempo para o futuro não deveria ser diferente, dependendo do assunto. Vejam quantos profissionais de tecnologia, por exemplo, são provocados diariamente a aprender novas ferramentas, novas formas de fazer o que já faziam (e não me arrisco a dizer “já faziam há muito tempo”, porque não acredito que tenha tanto tempo assim, em alguns casos).

Falei bastante de tecnologia não é mesmo? Porque é o exemplo mais óbvio para todos, mas temos outros exemplos: Pandemia, mudanças sociais e políticas, estão em mudanças cada vez mais rápidas. Essas mudanças impactam diretamente o mercado de trabalho e, consequentemente, VOCÊ.

Qual a diferença de líder e chefe?   

Achei melhor fazer uma tabela comparativa, porque não é só o título que deveria mudar. Mas vejo muitos chefes se autodenominando “líder”. 
A lista deve ser mais extensa, mas aqui temos bons exemplos. 

Grandes líderes transformam o mundo 

Recentemente li um livro “Líder do Futuro” em que Jacob Morgan, o escritor, fala: “Grandes líderes transformam o mundo, ou talvez seja mais apropriado dizer que grandes líderes constroem o mundo.” 
É uma frase de alto impacto porque raramente pensamos no líder como essa figura construtiva, o que deveria ser mais comum, afinal um líder ajuda projetar serviços ou produtos de uma empresa, constrói o perfil das vagas para que a entrega desse produto ou serviço seja entregue aos clientes e consequentemente, gera empregos. 

Empregos esses que farão mudança na vida de outras pessoas e essas pessoas poderão sustentar suas famílias. 
Quando falamos em “sustentar suas famílias” começam a vir reflexões importantes sobre a posição de liderança, não é mesmo? Mas é essa a verdade. 
Quando refletimos sobre o quanto um líder influencia na vida de uma pessoa, só conseguimos entender quando lembramos de um líder que possa ter mudado nossas vidas. Quem é líder poucas vezes sabe o real impacto que gera na vida das pessoas. Mas quem é liderado pode assimilar mais facilmente, porque foi sua vida que mudou (e pode ser para melhor ou para pior, temos os dois cenários). 

Voltando ao livro que comentei mais acime, Jacob fala sobre 9 habilidades e mindsets para ter sucesso na liderança da próxima década, não vou mencionar essas 9 habilidades aqui nem fazer resumo do livro, mas um ponto importante que quero reforçar aqui é: já estamos na próxima década!        

O ativo mais importante de todas as empresas: as pessoas

O líder do presente precisa ter diversas habilidades, obviamente, mas a maior delas será a empatia e a consciência sobre o papel do líder. O líder tem o papel de liderar o ativo mais importante de uma empresa: as pessoas.

E o ponto mais crítico sobre essa conversa é que a maioria dos líderes esquecem desse ativo. O foco em resultado obviamente é importante e essencial. Mas um time “classe A”, que está engajado com o propósito e que tem um líder inspirador, com certeza trará resultados como consequência e não como guia.

O que eu quero dizer com resultado como consequência e não guia?
Vamos pensar em um cenário um pouco menos corporativo: final de ano na praia.

Resultado esperado: chegar na praia.
A princípio pode ser a sua meta, principalmente se estiver no alto verão e a tanto a praia, quanto a estrada ou até aeroportos tendem a estar mais cheios.

Agora, pense no propósito desse encontro e mude o resultado esperado e a sua meta, porque ele trará como consequência algo que precisamos.

Resultado esperado: reunir a família na praia e poder construir memórias que levarei para o resto da minha vida. Aqui o resultado “chegar na praia” será uma consequência para um propósito muito maior e que provavelmente fará minha família estar muito mais engajada se eu os fizer enxergar dessa maneira

Acima de tudo: o propósito 

Você pode estar pensando: “mas Paula, isso é óbvio!”. E eu te digo que não é. Falar do propósito em voz alta, compartilhar onde quer chegar não serve só para o encontro com a família. Aplique isso no seu ambiente de trabalho, faça um exercício, por exemplo, sobre as metas de vendas da sua empresa.

Temos a meta de vendas (e sejamos francos, ela precisa existir), mas qual meu propósito dentro dessa empresa e como eu atuo dentro dela, para que a consequência seja organicamente alcançada?

Posso escrever páginas e páginas de exemplos, mas acredito que até aqui você já tenha conseguido pensar em outros, não é mesmo?

O líder do futuro presente precisa ter a habilidade de construir esse propósito junto com as pessoas. Precisa construir uma relação de confiança para conhecer seus liderados e saber quais suas motivações. Somente dessa forma, a construção de propósito será genuína e real.

A jornada precisa ser divertida, afinal se você foi ao trabalho essa semana e não se divertiu nem por um momento, reveja seus conceitos: reveja o líder que você quer ser, reveja o líder que você tem e reveja o liderado que você tem sido. 

Confira outros conteúdos como esse no nosso Blog Academy.
Espaço do autor

Paula Obelar

Head de Customer Experience na Exame. Formada e Pós graduada em Marketing pela USP e certificada em CX pela FIA e FGV. É membro e produtora de conteúdo na Comunidade Mulheres de CX, tem um podcast sobre livros e tem um Pitbull resgatado, aspirante a influenciador digital.