da Redação

O que é quiet quitting?

Nos últimos anos o termo “Quiet Quitting” vem ganhando relevância e tem sido um tema “hypado” entre profissionais.

O que é Quiet Quitting?

Diferente do que a tradução literal diz, uma demissão silenciosa é que menos esse termo se refere. Na verdade, trata-se em dizer que o profissional tomou a decisão de limitar suas tarefas estritamente ao que o cargo ou função exige. É realizar exatamente o que pede o “job description”, nada a mais e nada a menos. 

O que esse movimento tem a ver comigo? 

Cada vez mais os profissionais estão em busca de uma melhor qualidade de vida e ao longo dos anos o trabalho deixou de ser o foco central de nossas vidas. O trabalho remoto, impulsionado pela pandemia por exemplo, reforçou ainda mais o desejo de aproveitar melhor o tempo e conseguir distribuir melhor a vida pessoal e a vida profissional.

Vejam quantos profissionais passaram a exigir o trabalho remoto pra fugir do tempo perdido no trânsito ou para conseguir almoçar com sua família durante a semana?
Obviamente que trabalho remoto não é sinônimo de trabalhar menos ou um trabalho menos exaustivo. Muito pelo contrário! A (falsa) necessidade de demonstrar produtividade durante o trabalho remoto fez com que muitos profissionais tivessem crises de ansiedade e vimos um outro termo muito presente nos últimos anos nas nossas vidas que foi o Burnout, mas esse é um tema para um próximo artigo 😉. 

Você sabe qual a influência da liderança nesse movimento? 

Algumas pessoas vão recordar e outras não, mas aquela postura de liderança dos padrões antigos, costumo chamar de antigos chefes, que lideravam com uma postura “comando e controle” na qual “eu mando, você obedece e me conta diariamente o que foi feito” já não cola mais.

O “comando e controle” foi (e deve) ser alterado para os valores mais relacionais como “transparência e confiança”. Um modelo de gestão muito mais inspirador para os liderados, que passam a exigir cada vez mais uma gestão por contexto.

Uma pesquisa recente que a Harvard Bussiness Review indica que a demissão silenciosa tem uma correlação mais direta com a liderança. Por exemplo, sentir-se desvalorizado e/ou quando um líder tem ou apresenta um comportamento inadequado são exemplos para demonstrar que existe uma reação das pessoas a esse tipo de situação: é a própria quiet quit

Agora um desafio... 

Se você perguntar agora para uma pessoa que pediu desligamento recente, ela pode dizer que o motivo foi “eu busco melhor qualidade de vida” e com toda certeza está falando a verdade. Todos buscamos equilíbrio entre vida profissional e pessoal, não é mesmo?

Queremos ter tempo para nos dedicarmos à família, aos hobbies, atividades físicas, saúde, relacionamentos e, claro, sucesso profissional.

Agora, se você fizer a pergunta sobre demissão e o motivador principal foi a liderança, com toda certeza você terá uma resposta mais franca das pessoas.

A busca de equilíbrio pessoal e profissional é real. Mas o principal motivador para essa decisão tem sido más líderes. 

O líder que eu quero para mim é o líder eu deveria ser. 

Um líder que engaja, que se relaciona com transparência e confiança, que faz uma gestão por contexto e não simplesmente aplica ordens, um líder que deixa claro os objetivos e compartilha os resultados, este é um líder realmente inspirador e nos faz querer ser melhor, nos motiva.

Digo “nós” porque a relação líder e liderado sempre acontece, um líder também tem líder e assim por diante. Um líder de equipe que possui um líder inspirador, automaticamente é estimulado a tornar-se inspirador. Liderança por exemplo de comportamento é muito mais efetiva do que qualquer outro tipo de liderança.

O Líder Inspirador traz benefícios para a equipe e, consequentemente, para a empresa. O liderado inspirado e motivado pela sua liderança pode, ocasionalmente, trabalhar até tarde ou mais cedo, sem ser tão ressentido. O objetivo claro do “onde queremos chegar, juntos” dá o senso de pertencimento desejado por todos nós. Obviamente, o bom senso do líder conta muito. Centralidade no ser humano será de imensa importância, porque nenhum profissional gosta ou aceita longas jornadas de trabalho de forma exaustiva, frequente e sem propósito algum. 

E, por fim, fica a dica! 

Esqueça o modelo de chefe que dá ordem! Esqueça o modelo mental e comportamental de comando e controle. Seja transparente com seu time, dê contexto e clareza dos objetivos da sua área e da sua empresa. Confie nas pessoas e passe ileso pelo efeito quiet quit.  

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Espaço do autor

Paula Obelar

Head de Customer Experience na Exame. Formada e Pós graduada em Marketing pela USP e certificada em CX pela FIA e FGV. É produtora de conteúdo na Comunidade Mulheres de CX, apresentadora em um podcast sobre livros e tem um Pitbull resgatado, aspirante a influenciador digital.